quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Dia 24 de fevereiro, aniversário da primeira constituição Republicana Brasileira

No dia 24 de fevereiro de 1891, Prudente de Morais, presidente do Congresso Constituinte, iniciou assim seu discurso feito em sessão solene: 

"Está promulgada a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, e a nossa Pátria, após 15 meses de um governo revolucionário, entra, desde este momento, no regime da legalidade”.
Ao final, o orador foi saudado por aplausos prolongados saídos do recinto, das tribunas e das galerias. 

A primeira Constituição do Brasil foi a de 25 de março de 1824, outorgada por D. Pedro I. A segunda resultou da transformação do Império em República e estabelecia o regime presidencialista, com a separação dos poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário, como órgãos autônomos e independentes. A forma de estado passou a ser federativa, e as províncias transformadas em unidades da federação, dirigidas por governador ou presidente e com suas Câmaras eletivas. 

Com a proclamação da República a constituição de 1824 deixara de vigorar. Diante disso o governo provisório nomeara uma comissão especial para elaborar o projeto da constituição republicana que deveria ser apresentado ao futuro congresso constituinte. Fundamentando-se na constituição dos Estados Unidos, o projeto era republicano, federativo e presidencialista, mas embora concedesse ampla autonomia aos Es-tados, mantinha os grandes poderes na mão da União. Mais adiante, em 15 de novembro de 1990, instalava-se o Congresso Constituinte, cujos membros haviam sido escolhidos pela primeira eleição republicana realizada no país, e este, em 24 de fevereiro de 1891, promulgava a primeira Constituição da República(na ilustração, em charge de Ângelo Agostini, da revista Ilustrada, Rui Barbosa e Deodoro da Fonseca entregam à República a Constituição), que embora garantindo alguns avanços políticos, continuava apresentando certas limitações, pois representava os interesses das elites agrárias do país. Suas principais disposições políticas eram: 

- abolição das instituições monárquicas. 

- A suprema autoridade do país seria a do Presidente da República, com mandato de quatro anos e eleito diretamente pelo povo. 

- Os ministros seriam de sua livre escolha. 

- Senadores e deputados também seriam eleitos pelo povo, sem possibilidade de reeleição. 

- Os Estados e o Distrito Federal seriam representados por 3 senadores, e por deputados em número proporcional às suas respectivas populações.. 

- implantação do voto universal para os homens maiores de 21 anos (mulheres, analfabetos, militares de baixa patente e religiosos sujeitos ao voto de obediência, ficavam de fora). 

- O Poder Legislativo caberia ao Congresso Nacional, composto pelo Senado e Câmara de Deputados. 

- As Províncias passaram a ser os Estados da Federação, ganhando maior autonomia. 

- A Igreja Católica foi desmembrada do Estado Brasileiro, deixando de ser a religião oficial do país. 

- Além disso, consagrava-se a liberdade de associação e de reunião sem armas, assegurava-se aos acusados o mais amplo direito de defesa, aboliam-se as penas de galés, banimento judicial e de morte, instituía-se o "habeas-corpus" e as garantias de magistratura aos juízes federais. 


Por: FERNANDO KITZINGER DANNEMANN

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